A QUIMICA NA LIMPEZA
DOMÉSTICA
DOMÉSTICA
O presente trabalho relata uma atividade pedagógica integrada, realizada
com alunos do 1º Ano do Ensino Médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos), das
escolas Estaduais: Alternativa e Dr. Guilherme no Município de Juina. A
abordagem temática foi a “Química na Limpeza”, que teve como objetivo a
preparação de produtos de limpeza utilizados nos trabalhos domésticos,
aplicando assim, conhecimentos específicos sobre os conceitos trabalhados nas
aulas de Química.
com alunos do 1º Ano do Ensino Médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos), das
escolas Estaduais: Alternativa e Dr. Guilherme no Município de Juina. A
abordagem temática foi a “Química na Limpeza”, que teve como objetivo a
preparação de produtos de limpeza utilizados nos trabalhos domésticos,
aplicando assim, conhecimentos específicos sobre os conceitos trabalhados nas
aulas de Química.
Utilizando-se de práticas pedagógicas significativas no Ensino de
Química, o tema foi desenvolvido em uma abordagem interdisciplinar e contextualizado,
aplicando conceitos de Matemática, Física e Área de Linguagem.
Química, o tema foi desenvolvido em uma abordagem interdisciplinar e contextualizado,
aplicando conceitos de Matemática, Física e Área de Linguagem.
A culminância se deu através da aula prática, utilizando materiais
acessíveis aos alunos que produziram variados produtos de limpeza, como também
cartazes e relatórios, os quais expuseram na Oficina Pedagógica da Escola para
toda Comunidade Escolar.
acessíveis aos alunos que produziram variados produtos de limpeza, como também
cartazes e relatórios, os quais expuseram na Oficina Pedagógica da Escola para
toda Comunidade Escolar.
Com a realização desta atividade pedagógica, percebemos que a interação
entre o conhecimento científico e o conhecimento do cotidiano torna o
aprendizado significativo, além de possibilitar uma alternativa de economia na
renda familiar.
entre o conhecimento científico e o conhecimento do cotidiano torna o
aprendizado significativo, além de possibilitar uma alternativa de economia na
renda familiar.
saboes e detergentes
Sabões
A manufatura do sabão constitui uma das sínteses químicas mais antigas;
menos antiga, entretanto, que a produção do álcool etílico utilizado nas
bebidas - os anseios de limpeza do homem são, na verdade, muito mais recentes
que seus desejos de estímulo alcoólico. Ao ferverem o sebo de cabra com a
lexívia potássica feita com as cinzas de madeira, as tribos germânicas,
contemporâneas de César, realizaram a mesma reação química que o processo
moderno de fabricação de sabão: a hidrólise de glicerídios. A reação dá origem
aos sais de ácidos carboxílicos e ao glicerol:
menos antiga, entretanto, que a produção do álcool etílico utilizado nas
bebidas - os anseios de limpeza do homem são, na verdade, muito mais recentes
que seus desejos de estímulo alcoólico. Ao ferverem o sebo de cabra com a
lexívia potássica feita com as cinzas de madeira, as tribos germânicas,
contemporâneas de César, realizaram a mesma reação química que o processo
moderno de fabricação de sabão: a hidrólise de glicerídios. A reação dá origem
aos sais de ácidos carboxílicos e ao glicerol:
O sabão comum que utilizamos atualmente é simplesmente uma mistura de
sais de sódio ou potássio de ácidos graxos de cadeia longa. É uma mistura
porque a gordura a partir da qual é preparado é constituída de uma mistura, e
esta é tão eficiente para lavagem quanto um sal puro.
sais de sódio ou potássio de ácidos graxos de cadeia longa. É uma mistura
porque a gordura a partir da qual é preparado é constituída de uma mistura, e
esta é tão eficiente para lavagem quanto um sal puro.
O sabão pode variar de acordo com a composição e segundo o método de
fabricação: se preparado a partir do azeite de oliva, recebe o nome de sabão
de Marselha; pode-se adicionar álcool durante o processo de fabricação para
torná-lo transparente; por agitação, pode-se incorporar ar, fornecendo-lhe a
propriedade de flutuar; podem-se adicionar perfumes, corantes e germicidas; se
for utilizado o hidróxido de potássio na síntese (ao invés do de sódio), tem-se
o sabão mole. Entretanto, quimicamente o sabão permanece exatamente o
mesmo, atuando do mesmo modo.
fabricação: se preparado a partir do azeite de oliva, recebe o nome de sabão
de Marselha; pode-se adicionar álcool durante o processo de fabricação para
torná-lo transparente; por agitação, pode-se incorporar ar, fornecendo-lhe a
propriedade de flutuar; podem-se adicionar perfumes, corantes e germicidas; se
for utilizado o hidróxido de potássio na síntese (ao invés do de sódio), tem-se
o sabão mole. Entretanto, quimicamente o sabão permanece exatamente o
mesmo, atuando do mesmo modo.
A primeira vista, pode-se ter a impressão de que estes sais são solúveis
em água; de fato, podem-se preparar as chamadas "soluções da sabão".
Elas não são, entretanto, verdadeiras soluções, onde as moléculas do soluto
movem-se livremente entre as moléculas do solvente. Verifica-se, na realidade,
que o sabão se dispersa em agregados esféricos denominados micelas, cada
uma das quais pode conter centenas de moléculas de sabão.
em água; de fato, podem-se preparar as chamadas "soluções da sabão".
Elas não são, entretanto, verdadeiras soluções, onde as moléculas do soluto
movem-se livremente entre as moléculas do solvente. Verifica-se, na realidade,
que o sabão se dispersa em agregados esféricos denominados micelas, cada
uma das quais pode conter centenas de moléculas de sabão.
Uma molécula de sabão tem uma extremidade polar, -COO-Na+,
e uma parte não polar, constituída por uma longa cadeia alquílica, normalmente
com12 a
18 carbonos. A extremidade polar é solúvel em água (hidrófila - que tem
afinidade por água). A parte apolar é insolúvel em água, e denomina-se hidrófoba
(ou lipófila - que tem aversão por água e afinidade por óleos e
gorduras), mas é evidentemente solúvel em solventes apolares. Moléculas deste
tipo denominam-se anfipáticas - que têm extremidades polares e apolares
e, além disso, são suficientemente grandes para que cada extremidade apresente
um comportamento próprio relativo à solubilidade em diversos solventes.
e uma parte não polar, constituída por uma longa cadeia alquílica, normalmente
com
18 carbonos. A extremidade polar é solúvel em água (hidrófila - que tem
afinidade por água). A parte apolar é insolúvel em água, e denomina-se hidrófoba
(ou lipófila - que tem aversão por água e afinidade por óleos e
gorduras), mas é evidentemente solúvel em solventes apolares. Moléculas deste
tipo denominam-se anfipáticas - que têm extremidades polares e apolares
e, além disso, são suficientemente grandes para que cada extremidade apresente
um comportamento próprio relativo à solubilidade em diversos solventes.
De acordo com a regra "polar dissolve polar; apolar dissolve
apolar", cada extremidade apolar procura um ambiente apolar; em meio
aquoso, o único ambiente deste tipo existente são as partes apolares das outras
moléculas do sabão, e assim elas se agregam umas às outras no interior da
micela. As extremidades polares projetam-se da periferia dos agregados para o
interior do solvente polar, a água. Os grupos carboxilatos carregados
negativamente alinham-se à superfície das micelas, rodeados por uma atmosfera
iônica constituída pelos cátions do sal. As micelas mantém-se dispersas devido
à repulsão entre as cargas de mesmo sinal das respectivas superfícies.
apolar", cada extremidade apolar procura um ambiente apolar; em meio
aquoso, o único ambiente deste tipo existente são as partes apolares das outras
moléculas do sabão, e assim elas se agregam umas às outras no interior da
micela. As extremidades polares projetam-se da periferia dos agregados para o
interior do solvente polar, a água. Os grupos carboxilatos carregados
negativamente alinham-se à superfície das micelas, rodeados por uma atmosfera
iônica constituída pelos cátions do sal. As micelas mantém-se dispersas devido
à repulsão entre as cargas de mesmo sinal das respectivas superfícies.
Uma micela pode conter centenas de moléculas de sais de ácidos graxos
Ainda resta, entretanto, uma questão cabal a responder: como o sabão
remove a gordura, sendo feito dela? O problema na lavagem pelo sabão está na
gordura e óleo que constitui ou que existe na sujeira. Apenas a água não é
capaz de de dissolver as gorduras, por serem hidrofóbicas; as gotas de
óleo, por exemplo, em contato com a água, tendem a coalescer (aglutinar-se umas
às outras), formando uma camada aquosa e outra oleosa. A presença do sabão,
entretanto, altera este sistema. As partes apolares das moléculas do sabão
dissolvem-se nas gotículas do óleo, ficando as extremidades de carboxilatos
imersas na fase aquosa circundante. A repulsão entre as cargas do mesmo sinal
impede as gotículas de óleo de coalescerem. Forma-se, então, uma emulsão estável
de óleo em água que é facilmente removida da superfície que se pretende limpar
(por agitação, ação mecânica, etc.).
remove a gordura, sendo feito dela? O problema na lavagem pelo sabão está na
gordura e óleo que constitui ou que existe na sujeira. Apenas a água não é
capaz de de dissolver as gorduras, por serem hidrofóbicas; as gotas de
óleo, por exemplo, em contato com a água, tendem a coalescer (aglutinar-se umas
às outras), formando uma camada aquosa e outra oleosa. A presença do sabão,
entretanto, altera este sistema. As partes apolares das moléculas do sabão
dissolvem-se nas gotículas do óleo, ficando as extremidades de carboxilatos
imersas na fase aquosa circundante. A repulsão entre as cargas do mesmo sinal
impede as gotículas de óleo de coalescerem. Forma-se, então, uma emulsão estável
de óleo em água que é facilmente removida da superfície que se pretende limpar
(por agitação, ação mecânica, etc.).
A chamada água dura contém sais de cálcio e magnésio que reagem
com o sabão formando carboxilatos de cálcio e magnésio insolúveis (a crosta que
se forma nas bordas do recipiente que continha o sabão).
com o sabão formando carboxilatos de cálcio e magnésio insolúveis (a crosta que
se forma nas bordas do recipiente que continha o sabão).
Detergentes
Entre os álcoois primários de cadeia linear que se obtém das gorduras -
ou de outros modos - os de C8 e C10 são utilizados na
produção de ésteres de alto ponto de ebulição, usados como plastificantes (como
por exemplo, o ftalato de octila). Os álcoois de C12 a C18
são utilizados em quantidades enormes na manufatura de detergentes (produtos
tensoativos para limpeza).
ou de outros modos - os de C8 e C10 são utilizados na
produção de ésteres de alto ponto de ebulição, usados como plastificantes (como
por exemplo, o ftalato de octila). Os álcoois de C12 a C18
são utilizados em quantidades enormes na manufatura de detergentes (produtos
tensoativos para limpeza).
Embora os detergentes sintéticos difiram significativamente uns dos
outros quanto a estrutura química, as moléculas de todos têm uma característica
em comum, também apresentada pelas de sabão comum: são anfipáticas, com uma
parte apolar muito grande, de natureza de hidrocarboneto, solúvel em óleo, e
uma extremidade polar, solúvel em água. Um tipo deles resulta da conversão dos
álcoois de C12 a C18 em sais de hidrogenosulfato de
alquila. Por exemplo:
outros quanto a estrutura química, as moléculas de todos têm uma característica
em comum, também apresentada pelas de sabão comum: são anfipáticas, com uma
parte apolar muito grande, de natureza de hidrocarboneto, solúvel em óleo, e
uma extremidade polar, solúvel em água. Um tipo deles resulta da conversão dos
álcoois de C12 a C18 em sais de hidrogenosulfato de
alquila. Por exemplo:
Neste caso, a parte apolar é a longa cadeia alquílica e a parte polar é o
-SOO3-Na+.
-SOO3-Na+.
Pelo tratamento dos álcoois com óxido de etileno, obtém-se um detergente
não-iônico:
não-iônico:
A possibilidade de formação de pontes de hidrogênio entre as moléculas da
água e os numerosos átomos de oxigênio do etoxilato tornam a parte terminal de
poliéter solúvel em água. Os etoxilatos também podem ser convertidos em
sulfatos, sendo utilizados na forma de sais de sódio.
água e os numerosos átomos de oxigênio do etoxilato tornam a parte terminal de
poliéter solúvel em água. Os etoxilatos também podem ser convertidos em
sulfatos, sendo utilizados na forma de sais de sódio.
Os sais de sódio dos ácidos alquilbenzeno-sulfônicos são os detergentes
mais utilizados. Para obtenção destes detergentes, liga-se primeiramente o
grupo alquil de cadeia longa a um anel benzênico pela utilização de um haleto
de alquila, de um alceno ou de um álcool conjuntamente com um catalisador de
Friedel-Crafts (AlCl3); em seguida, efetua-se a sulfonação e,
finalmente, a neutralização:
mais utilizados. Para obtenção destes detergentes, liga-se primeiramente o
grupo alquil de cadeia longa a um anel benzênico pela utilização de um haleto
de alquila, de um alceno ou de um álcool conjuntamente com um catalisador de
Friedel-Crafts (AlCl3); em seguida, efetua-se a sulfonação e,
finalmente, a neutralização:
reação de alquilação por adição nucleofílica aromática em haleto de alquila
Reação de sulfonação
O primeiro passo, em que se forma o trióxido de enxofre (SO3),
eletrofílico, é simplesmente um equilíbrio ácido-base, desta vez, porém, entre
duas moléculas de ácido sulfúrico. Na sulfonação utiliza-se geralmente o ácido
sulfúrico fumegante, ou seja, aquele onde é dissolvido excesso de SO3;
mesmo quando utiliza-se apenas ácido sulfúrico, crê-se que o SO3
formado no passo (1) possa ser o eletrófilo.
eletrofílico, é simplesmente um equilíbrio ácido-base, desta vez, porém, entre
duas moléculas de ácido sulfúrico. Na sulfonação utiliza-se geralmente o ácido
sulfúrico fumegante, ou seja, aquele onde é dissolvido excesso de SO3;
mesmo quando utiliza-se apenas ácido sulfúrico, crê-se que o SO3
formado no passo (1) possa ser o eletrófilo.
No passo (2) o reagente eletrofílico, SO3, liga-se ao anel
benzênico com formação de um carbocátion intermediário. Embora o trióxido de
enxofre não tenha cargas positivas, tem deficiência de elétrons (carga parcial
positiva) sobre o átomo de enxofre, pois os três átomos de oxigênio, mais
eletronegativos, retiram-lhe elétrons por indução.
benzênico com formação de um carbocátion intermediário. Embora o trióxido de
enxofre não tenha cargas positivas, tem deficiência de elétrons (carga parcial
positiva) sobre o átomo de enxofre, pois os três átomos de oxigênio, mais
eletronegativos, retiram-lhe elétrons por indução.
Na terceira etapa o carbocátion cede um próton para o ânion HSO4-
e forma o produto de substituição estabilizado por ressonância que é, desta
vez, um ânion - o do ácido benzeno-sulfônico; este ácido, por ser forte,
encontra-se altamente ionizado (na etapa 4, o equilíbrio está muito deslocado
para a esquerda).
e forma o produto de substituição estabilizado por ressonância que é, desta
vez, um ânion - o do ácido benzeno-sulfônico; este ácido, por ser forte,
encontra-se altamente ionizado (na etapa 4, o equilíbrio está muito deslocado
para a esquerda).
Com alguns substratos aromáticos e certos acidulantes, o eletrófilo pode
ser HSO3+ ou moléculas que possam facilmente transferir
SO3 ou HSO3+ para o anel aromático.
ser HSO3+ ou moléculas que possam facilmente transferir
SO3 ou HSO3+ para o anel aromático.
A conclusão da síntese do detergente dá-se pela neutralização do ácido
benzenosulfônico, formando o sal hidrosolúvel.
benzenosulfônico, formando o sal hidrosolúvel.
Neutralização do ácido benzenosulfônico.
Até há algum tempo atrás, utilizava-se vulgarmente o propileno para a
síntese destes alquilbenzeno-sulfonatos. A cadeia lateral altamente ramificada
impedia a degradação biológica do detergente. Na maioria dos países
industrializados, estes detergentes vêm sendo substituídos por outros biodegradáveis
desde 1965. São sulfatos de alquila, etoxilatos e respectivos sulfatos, e
alquilbenzenosulfonatos em que o grupo fenila fixa-se ao acaso a qualquer das
diversas posições secundárias da longa cadeia alifática linear (C12-C18).
As cadeias laterais destes alquilbenzeno-sulfonatos lineares obtém-se de
1-alcenos de cadeia linear ou de alcanos de cadeia contínua clorados, separados
do ceroseno por formação de clatratos (peneiras moleculares).
síntese destes alquilbenzeno-sulfonatos. A cadeia lateral altamente ramificada
impedia a degradação biológica do detergente. Na maioria dos países
industrializados, estes detergentes vêm sendo substituídos por outros biodegradáveis
desde 1965. São sulfatos de alquila, etoxilatos e respectivos sulfatos, e
alquilbenzenosulfonatos em que o grupo fenila fixa-se ao acaso a qualquer das
diversas posições secundárias da longa cadeia alifática linear (C12-C18).
As cadeias laterais destes alquilbenzeno-sulfonatos lineares obtém-se de
1-alcenos de cadeia linear ou de alcanos de cadeia contínua clorados, separados
do ceroseno por formação de clatratos (peneiras moleculares).
Estes detergentes atuam essencialmente da mesma maneira que o sabão. A
sua utilização oferece, entretanto, certas vantagens. Por exemplo, os fulfatos
e sulfonatos mantém-se eficazes em água dura devido ao fato de os
correspondentes sais de cálcio e magnésio serem solúveis. Visto serem sais de
ácidos fortes, produzem soluções neutras, ao contrário dos sabões que, por
serem sais de ácidos fracos, originam soluções levemente alcalinas.
sua utilização oferece, entretanto, certas vantagens. Por exemplo, os fulfatos
e sulfonatos mantém-se eficazes em água dura devido ao fato de os
correspondentes sais de cálcio e magnésio serem solúveis. Visto serem sais de
ácidos fortes, produzem soluções neutras, ao contrário dos sabões que, por
serem sais de ácidos fracos, originam soluções levemente alcalinas.
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